▪ AUTISMO E PSICANÁLISE 

Extrato da Coletiva de Imprensa

Realizada no hotel Lutétia no dia  4 de março último

Intervenção de Corinne Rezki


Quinta-feira 9 de março de 2012 
٠ 00h10 [GMT+ 1]

NÚMERO 175

Eu não poderia faltar a um  Seminário por nada no mundo— Philippe Sollers

Nós ganharemos porque não temos outra escolha — AgnÈs Aflalo

 

 


 


▪ AUTISMO E PSICANÁLISE 

 

Extrato da Coletiva de Imprensa

Realizada no hotel Lutétia no dia  4 de março último:

Intervenção de Corinne Rezki

Psiquiatra no hospital-dia de Clos Bernard d’Aubervilliers

 

***

 

«A invenção sinthomática o que é ela? Isto tem ressonância para mim a partir do caso de uma criança que recebi com a idade de dois anos e meio, e que tem treze anos agora. Esta criança me tocou a primeira vez pelo fato de que, a sua mãe o trouxe porque a diretora da escola lhe havia dito para que fosse consultar imediatamente. A mãe via  seu filho unicamente  como uma criança que não falava, e que era muito agitada. Ele urrava logo que era separado dela, sendo que, ele não a olhava. Eu recebi esta criança durante muito tempo junto com a sua mãe acolhendo-a nisto  que a animava, um pequeno batimento: sua mão fazia idas e voltas no solo, ou um crayon que ele apreendia e do qual se servia para dar pequenos golpes. Eu acolhia esses primeiros ensaios de desenhos, progressivamente nas sessões com ele.

Eu pude assistir às consequências desta acolhida, onde algo se complexizou. Pode-se explorá-las para mais-além do consultório no qual o recebia, até o momento em que, sempre diante da batida de uma porta, ele me dirigiu as primeiras palavras: «Até breve!».

Esta criança ficava pouco tempo na escola, mas fez-se a aposta de mantê-la, por uma hora na escola por semana. Em seguida às batidas com o crayon, ele interessou-se pelo ritmo, depois pela música, e pelo piano. Ele começou a falar e a aprender a ler a escrever, para o espanto de sua mãe, a quem mostrou que  sabia ler. Como? Através do ritmo, da música, procurando no computador, ele aprendeu a ler e a escrever e, com um tempo escolar mínimo, sem nenhuma ortofonia (é a parte da gramática que estuda a pronúncia correta das palavras, tomando como modelo a norma culta) e nenhuma reeducação.

Durante alguns anos ele não foi alfabetizado, nem mesmo no Institut Médico-Éducatif porque era muito «atípico». Teve êxito mostrando a sua capacidade de aprender ao integrar uma escola em Sala Especial. Ele agora integra um Institut Médico-Éducatif onde vai poder aprender um oficio, é um impro. Há certamente todo um caminho para este menino, não muito falador, mas que sabe interpelar quando necessita de algo ou de fazer saber quando algo não lhe cai bem.

Seus pais, mais particularmente sua mãe, quer prosseguir com este trabalho. Porque ela se manteve na experiência por muitos anos, sabe que isto foi crucial para ela e para o seu filho.

J.-A. Miller: a narrativa que você fez se estende por quanto tempo?

C. R.: há mais de dez anos.

Lembrei-me de outro exemplo agora: o de um garotinho cuja escola não o queria mais porque ele não parava de correr, de fugir. Ele dava a impressão que as aprendizagens não eram para ele. Todo um trabalho com os professores permitiu que surgisse para este menino “um certificado de bom corredor”. Eles tinham organizado um exercício num percurso de psicomotricidade e o garoto tinha conseguido finalizá-lo. Ele pôs-se a falar, e foi re-escolarizado.

Sua mãe nos mandou os filhos porque diz que neste hospital aprende-se a falar com as crianças. É uma mãe de origem africana, para quem aprender a falar francês foi muito complicado e nos é grata por isto. Ele está sempre em nosso hospital, mas é também escolarizado.

J.-A. M.: Você poderia escrever este caso sobre estes oito anos? Você têm os elementos?

C. R.: Sim.  Há dois ou três anos atrás, fizemos uma jornada no serviço. Nós éramos muitos a intervir e a testemunhar este caso: enfermeiras, educadores, o professor que se ocupou dele. Hervé Castanet estava presente.

“A psicanálise não tem nada a vender” ao contrário dos comportamentalistas, dos promotores de medicamentos desde a mais tenra idade. Ao contrário, temos as minas, os tesouros dos testemunhos dos trabalhos com as crianças da qual ela se ocupa. Isto se transmite demasiado entre nós.

J.-A. M.: O que acabamos de demandar aqui …

Éric Laurent : Nada a vender, tudo a dar…

C. R.: Tudo a transmitir…»

 

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▫ Ler a intervenção de Alexandre Stevens, a de Guy Briole, e o depoimento de Mireille Battut.

Para consultar o Dossier de presse, Autisme et Psychanalyseseguir esse link.

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Reencontrar os comunicados de Lacan Quotidien e da l’AFP de quinta-feira de 8 de março, relativos ao dossiê «psychanalyse et autisme» no sitehttp://www.lacanquotidien.fr/blog/

 

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O Kiosque do site laregledujeu.org
está agora totalmente dedicado à «Coletiva de Imprensa» 
 de domingo último, video e textos, sobre autismo e psicanálise.

 

 

 

 

 


 

PETIÇÃO INTERNACIONAL

PARA A ABORDAGEM CLÍNICA DO AUTISMO

 

Por iniciativa do  l’Institut psychanalytique de l’Enfant

(Université populaire Jacques-Lacan)

 

ASSINAR A PETIÇÃO EM LINHA

NO SITE lacanquotidien.fr

 

>>Desde o dia  16 de fevereiro,

Dia do lançamento da petição,

9634 assinaturas já foram  recolhidas.

O TEXTO DA PETIÇÃO INTERNACIONAL PARA A ABORDAGEM CLINICA DO AUTISMO


DOSSIÊ HAS 

 

 

Esta nova rubrica de Lacan Quotidien tem como objetivo dar melhor a conhecer à população a Haute Autorité de Santé, seu pessoal e seus métodos.

 

A cada senhor sua honra. Nós consultamos o Wikipédia sobre o  Presidente da HAS. É um médico, mas também, para nossa supresa, um homem político.

 

Jean-Luc HAROUSSEAU, nascido em  de junho de 1948 em Nantes, é um médico hematologista e homem político francês.

Biografia:

Obtém o seu doutorado em medicina em 1976; professor agregado de hematologia clínica em 1980, ele é há 32 anos o mais jovem professor francês em sua especialidade. Em 1984, torna-se chefe do serviço de hematologia clínica e oncologia pediátrica do CHU de Nantes1. Em 2009, obtém o prêmio Robert Kyle por seus trabalhos sobre o mieloma 2.

Figurando no topo da lista apresentada pela união da direita às eleições municipais de Nantesem 2001, obtem 34,14% dos votos, contra 54,94% da lista conduzida por Jean-Marc Ayrault, o ex-prefeito.

Então membro da UDF, ele ingressou na UMP desde a sua criação em setembro de 2002.

Primeiro vice-presidente do conselho regional dos Países do Loire, acede ao título temporário da presidência em maio de 2002, na sequência da demissão de François Fillon. Eleito presidente em 28 junho de 2002, ocupa este posto até março de 2004. Deixa a UMP para juntar-se àAliança centrista em 2009.

Foi nomeado chefe da Haute Autorité de Santé em fevereiro de  2011.



 

INFORMAÇÃO▪

 

DECLARAÇÃO DE DANIEL FASQUELLE,deputado

 

Autismo: «A HAS dá finalmente razão aos pais»

 

As recomendações das boas práticas da HAS em matéria de acompanhamento das crianças e adolescentes autistas tornaram-se públicas nesta quinta-feira dia de 8 março de 2012. Nas suas recomendações a HAS dá, por último, razão aos pais, que reivindicam desde muitos anos a possibilidade de recorrer às estratégias educativas ou comportamentais. Esses pais, finalmente, vão poder fazer escutar e respeitar a sua escolha, a única eficaz em levar seus filhos a progredirem.

A HAS reconhece igualmente que a «pertinência» das abordagens psicanalíticas não foram demonstradas. Como consequência, ela não se situa entre os métodos recomendados.

Sobre estes dois pontos, essa decisão constitui um primeiro passo de uma boa direção, e me alegro em ter depositado em janeiro uma proposta de lei visando a interdição das práticas psicanalíticas no acompanhamento das pessoas autistas, e a generalização dos métodos educativos e comportamentais, assim como a redistribuição de todos os financiamentos existentes nestes métodos.

No entanto, lamento que a HAS tenha recuado sob as pressões corporativistas do lobby psicanalítico já que simplesmente escolheu classificar as práticas de inspiração psicanalítica como “intervenções globais não consensuais”. A ausência de dados sobre a sua eficácia, ao contrário dos métodos educativos e  comportamentais, foi o que as levou a serem incluídas como práticas não recomendadas, assim como os regimes sem glúten, alguns sedativos e outros métodos que não apresentam a  prova científica de sua utilidade.

Uma divulgação na imprensa deixou ainda pensar seriamente que estas recomendações, iriam neste sentido, uma divulgação como resultado de numerosas pressões que haviam pesado sobre a instituição, o que me levaram a interpelar Xavier Bertrand à respeito da independência da HAS neste dossier, como sendo forçado, a reescrever algumas passagens do relatório para deixar a porta entreaberta, portanto, às práticas ineficazes e que culpabilizam os pais.

Eu vou agora lutar em favor da generalização absolutamente necessária dos métodos educativos e comportamentais, únicos métodos recomendados pela  HAS e que têm provado a sua eficácia tanto na França como no exterior.

É igualmente urgente reorientar a formação de profissionais que atualmente é totalmente inadaptada, assim como a pesquisa universitária.

Eu aprendi sobre este assunto com Louis Vogel, presidente de conferência dos presidentes da universidade, para incitar os presidentes a rever o mais rápido possível o conteúdo de suas formações em matéria de autismo em função dos dados mais avançados da ciência.

É urgente que a França recupere o seu atraso sobre este assunto, e que ela dê aos nosso concidadãos autistas o lugar ao qual eles têm direito em nossa sociedade.

Daniel Fasquelle

 

 

Lacan Quotidien

publicado por navarin editor

INFORMAÇÃO E IMAGEM 7 DIAS EM 7 `A OPINIÃO ESCLARECIDA

 

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٠divulgação anne poumellec annedg@wanadoo.fr

٠conselheiro jacques-alain miller

٠redação  kristell.jeannot kristell.jeannot@gmail.com

▪ equipe do Lacan Quotidien

٠pelo l’institut psychanalytique de l’enfant daniel roy, hervé damase & bertrand lahutte

٠estabalecimento das intervenções na coletiva de imprensa em 4 março christine maugin

٠número realizado com o auxílio maria lucia martin

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٠técnica mark francboizel & family

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Tradução: Zelma Abdalla Galesi

 

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